Grupo terá a missão de propor e de testar viabilidade de seguros que ainda não estão disponíveis no mercado
A criação de um grupo de trabalho (GT) será o primeiro passo para tirar do papel o projeto da Susep de implantar um laboratório de produtos inexistentes no mercado segurador. “Este grupo vai chamar para si a missão de pensar em produtos que não existem hoje, mas que a sociedade necessita”, explica o superintendente da Susep, Roberto Westenberger.
Segundo ele, a ideia é estruturar o GT em breve, formado por representantes de seguradoras, corretoras e consumidores. Estes últimos poderão ser representados pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), já que a Susep planeja convidar seus representantes, dada a sensibilidade de identificar problemas na relação de consumo, incluindo gap de produtos. “Vamos identificar onde esses inputs de necessidade do consumidor são mais bem capturados e trazê-los para o laboratório”, destacou ele.
Na sua avaliação, a Susep, que coordenará o GT, quer se aproveitar de seu caráter multifacetado- “participamos de comitês e interface com fundos de pensão”, exemplificou- para oferecer contribuições práticas de produtos inovadores. O titular está certo de que o laboratório será uma contribuição importante para testar a viabilidade de produtos inovadores e indicar nichos inexplorados pelo mercado.
Como exemplo, ele destacou seguros para o risco de longevidade, para atender aos fundos de pensão, coberturas de saúde a segundo risco e outros para os clientes que hoje estão nas mãos das associações automotivas. Além do laboratório de produtos, Westeberger prometeu encurtar o prazo de aprovação dos produtos, sobretudo dos que são mais inovadores e sua análise se perpetua no órgão de supervisão.
Perspectivas. O superintendente avaliou também as perspectivas do mercado. Após uma provável desaceleração no ano passado, algo que tem relação direta com a trajetória de altos e baixos da economia brasileira, ele prevê uma recuperação do mercado de seguros já este ano, voltando a exibir uma “taxa de crescimento composta”. A realização de grandes obras, mesmo após a Copa do Mundo, de inúmeros eventos e a exploração de novos nichos devem favorecer o desempenho do setor, segundo ele, ao lado de ações da Susep para desburocratizar a atividade.
Além disso, lembrou, o setor de seguros, pequeno em relação ao tamanho da economia brasileira, tem garantido um crescimento potencial nos próximos anos, devendo se aproximar, gradualmente, das taxas de participação de mercados maduros, algo entre 12% e 15% do PIB. No Brasil, o mercado representa uma taxa próxima de 6%, incluindo seguros, previdência, capitalização e saúde suplementar.
Homenagem. Antes de conversar com jornalistas, nesta quarta-feira, no Rio, Roberto Westenberger foi homenageado pelo Clube dos Corretores de Seguros-RJ (CCSRJ), em razão do Dia Continental do Seguro, comemorado todo dia 14 de maio. No encontro, mais uma vez ele ratificou o compromisso de trabalhar, de maneira justa e equilibrada, em prol das três forças do mercado: as seguradoras, os corretores e os consumidores. E também frisou que a Susep está aberta ao diálogo, às discussões e disposta a ouvir críticas, porque nosso objetivo é identificar os problemas e solucioná-los.
Sobre as associações automotivas, alvo de preocupação de todo o mercado, ele deixou claro que a Susep continuará ativa em seu combate. “A atuação da Susep sempre, em 100% dos casos, será baseada na legalidade, no cumprimento da lei, no seguimento das regras e das normas vigentes do mercado e sempre olhando o interesse público”, assinalou ele.
Fonte: CNSEG