71% afirmam que as medidas são prejudiciais para a empresa. Para 74%, faturamento das empresas irá diminuir com aumento de impostos.
Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que o recente ajuste fiscal e os cortes orçamentários anunciados pelo governo não foram bem recebidos pelos empresários brasileiros. O estudo revela que 90,5% dos entrevistados já ouviram falar das medidas que estão sendo adotadas e 75,4% acreditam que os ajustes e cortes terão um impacto negativo na economia.
Quando indagados sobre os desdobramentos das medidas e as consequências para a sua empresa, 70,6% acreditam que também haverá um impacto negativo, principalmente nas regiões Centro-Oeste (83,3%) e Sul (77,9%).
Para 61,4%, o ajuste não é necessário e as medidas são um retrocesso para o país, além de aumentar os problemas e retardar a volta do crescimento.
Efeitos
Três em cada quatro (75,7%) empresários acreditam que os cortes irão diminuir as vendas de sua empresa e 77,6% afirmam que o lucro diminuirá.
Para 66,1% dos entrevistados, os empregos serão mantidos, mas outros 26% afirmaram que farão cortes em suas equipes.
No Nordeste, o número de empresas que demitirão funcionários atinge 39,9%. No Centro-Oeste, o percentual atinge 28,4%; no Sul, 27,2%; Sudeste 21,7% e na região Norte, 14,5%.
Faturamento
Para 67,5% dos empresários, os impostos irão aumentar até o final do ano. A consequência disso, para eles, será a diminuição do faturamento da empresa, citado por 73,6%. Aparecem ainda a retração do consumo e a diminuição das vendas (73,1%), e a diminuição do crescimento da empresa (54,6%).
Crédito
Quando perguntados sobre o acesso a crédito, 74,6% dos empresários afirmaram que contratar empréstimos está mais caro, com juros mais altos nos últimos três meses. Para 51,5% dos entrevistados, essa modalidade é importante para o crescimento dos negócios, mas afirmam que agora não é a melhor hora para iniciar essa pendência, já que o cenário econômico está pouco favorável.
"Ainda que as medidas econômicas sejam importantes a longo prazo, é para o momento atual que boa parte dos empresários espera resultados e benefícios, e por isso talvez o ajuste não seja bem recebido", diz o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. "Para esses empresários, o ajuste pode trazer graves consequências de imediato, diminuindo o consumo dos brasileiros, encolhendo os lucros e dificultando a capacidade de as empresas tomarem capital", diz.
Apesar de a pesquisa demonstrar uma repulsa às novas medidas por parte dos empresários, os ajustes são importantes, segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. "É inegável que os ajustes e cortes terão efeitos de retração econômica no curto prazo, e que certamente serão sentidos pelos empresários e pela população", explica Kawauti. "Mas por outro lado, essas medidas servem para arrumar a situação da economia e são importantes para que a retomada do crescimento aconteça de maneira sustentável no médio e longo prazo", afirma.
Fonte: Portal G1