SABMiller rejeita oferta de US$ 104 bilhões da AB InBev






07/10/2015

Maior cervejaria do mundo tinha já feito duas ofertas anteriores. Empresa britânica é a segunda maior cervejaria global.

A SABMiller, segunda maior cervejaria do mundo, rejeitou de imediato a nova oferta de compra da rival Anheuser-Busch InBev, afirmando nesta quarta-feira (7) que a proposta que avalia a empresa em 68 bilhões de libras (US$ 104 bilhões) é insuficiente.

Mais cedo, a AB InBev, maior fabricante de cervejas do mundo, afirmou que tinha interesse em pagar 42,15 libras em dinheiro por ação da SABMiller, depois de ter feito duas ofertas anteriores, de 38 e 40 libras. Mas a SABMiller afirmou que seu Conselho de Administração, excluindo os diretores nomeados por sua maior acionista, o grupo Altria, rejeitou a oferta, informa a Reuters.

"A oferta continua subavaliando substancialmente a SABMiller, sua presença única e sem igual e suas perspectivas como companhia independente", disse o grupo baseado no Reino Unido em comunicado.

O presidente do Conselho da SABMiller, Jan du Plessis, tinha descrito a companhia como a "joia da coroa da indústria cervejeira global" e afirmou que as propostas da AB InBev foram feitas para serem pouco atraentes para muitos acionistas.

Juntas, dominam cerca de um terço do mercado
Uma eventual união pode formar uma cervejaria colossal, responsável pela fabricação de cerca de um terço da cerveja consumida no mundo.

A belga-brasileira AB InBefabrica a Budweiser, a Stella Artois e a Corona, enquanto a britânica SABMiller  é dona das marcas Peroni, Grolsh e Pilsner Urquell. No Brasil, a AB InBev controla indiretamente a gigante Ambev.

Um grupo combinado teria valor de mercado de cerca de  US$ 275 bilhões, segundo a reuters, e combinaria a dominância da AB InBev na América Latina com a forte presença da SABMiller na África, ambos mercados de rápido crescimento, assim como suas cervejarias na Ásia.

"A AB InBev precisa da SABMiller, mas fez propostas oportunistas e altamente condicionais, elementos que foram deliberadamente considerados como não atrativos por muitos de nossos acionistas. A AB InBev está substancialmente subvalorizando a SABMiller", disse du Plessis.

AB InBev evita comentar sobre eventual oferta hostil 
A AB InBev afirmou que esperava que a maior parte dos acionistas da SABMiller aceitasse uma oferta toda em dinheiro, mas enfatizou que a proposta era condicional à obtenção de apoio da Altria e da BevCo, a holding da família colombiana Santo Domingo que detém participação de 13,9% na SABMiller. A Altria tem 26,6% da SABMiller.

Mais tarde, ainda nesta quarta-feira, o presidente-executivo da AB InBev, o brasileiro Carlos Brito, afirmou que sua empresa não quer fazer comentários sobre a possibilidade de uma oferta hostil pela SABMiller, segundo a Reuters.

"Eu não quero falar sobre isso agora. Eu creio que há muito a ser obtido nos próximos dias", disse Brito em teleconferência a analistas e investidores. O executivo comentou ainda que a SABMiller está sendo excessivamente otimista sobre as perspectivas como empresa independente e que espera que os acionistas da rival manifestem apoio à oferta.

A gigante belgo-brasileira controla indiretamente a Ambev. A AB Inbev, que tem entre os seus donos os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles, tornou-se a maior cervejaria no mundo em volume de vendas tem investido recentemente na aquisição de cervejarias artesanais ou com apelo regional, como parte da estratégia de crescimento.

Recentemente, comprou o Grupo Modelo, do México, e algumas cervejarias artesanais nos EUA, como a Elysian Brewing Company, a 10 Barrel Brewing e a Blue Point Brewing.

Fonte: Portal G1