A espanhola Hispasat estuda realizar aquisições ou fusões com outras operadoras de satélite após o fracasso das negociações para adquirir a Satélites Mexicanos (Satmex), admitiram nesta terça-feira diretores do grupo Abertis, que controla a companhia.
'Identificamos outras oportunidades com operadores de satélite de tamanho semelhante ou menor', afirmou o CEO da Hispasat, Carlos Espinos, em um encontro com investidores organizado pela Abertis que termina hoje no Rio de Janeiro.
Segundo o executivo, essas companhias atuam no mercado americano e europeu e estão 'abertas a possibilidades de fusões e aquisições'. Apesar de não ter dado mais detalhes, afirmou que, em um mercado tão pequeno, qualquer negociação vaza muito rápido.
Sobre as conversas para adquirir a Satmex, o CEO confirmou que a Hispasat chegou a fazer uma oferta, mas outros operadores interessados apresentaram valores muito maiores que o calculado pela operadora espanhola.
No final de julho a francesa Eutelsat Communications anunciou um acordo para adquirir a Satmex por US$ 1,142 bilhão e acelerar sua expansão no mercado de satélites da América Latina, onde a Hispasat é um dos líderes, com 11%.
O acordo encerrou as negociações de meses da Hispasat e da também espanhola Telefônica para ficar com os três satélites da Satmex e, especialmente, com suas posições orbitais.
Segundo algumas notícias, os esforços da Hispasat para adquirir a operadora mexicana foram prejudicados pelo atraso nas negociações que deram a Abertis o controle da operadora espanhola de satélites, terminadas este ano.
A Abertis entrou na Hispasat em 2007 com a compra de 28,4% do capital e aumentou sua participação para 33,4% em 2008 e 40,6% no início deste ano.
Recentemente anunciou um acordo com o Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial, vinculado ao Ministério da Defesa, para comprar por 172,4 milhões de euros mais 16,42% do capital, o que garantiu a Abertis o controle da operadora com 57,05% das ações. Mas a operação ainda depende dos reguladores espanhóis.
De acordo com Espinos, para crescer organicamente, sem aquisições ou fusões, a Hispasat também analisa alianças com outras operadoras para oferecer serviços conjuntos, e assim abrir novos mercados e atender demandas ainda não satisfeitas.
'Outra estratégia é competir por novos direitos orbitais que nos interessem', afirmou.
O CEO afirmou ainda que a prioridade são os mercados mais próximos às áreas de atuação da Hispasat, mas que a empresa não descarta operações no mercado asiático, onde o ritmo de crescimento do setor é muito mais elevado.
'Se no futuro houver abertura de mercado em países como China ou Índia e surgirem oportunidades, abraçaremos', considerou.
Segundo o executivo, o crescimento orgânico também será garantido com o lançamento de quatro novos satélites até o 2016 (Amazonas 4A e 4B e Hispsat AG1 e 1F) e com o deslocamento do Amazonas 1 para uma nova posição orbital (36 graus oeste).
Essas operações elevarão a capacidade da Hispasat, que atualmente opera seis satélites, dos atuais 234 transponders para 285 em 2016, e em banda Ka, própria para a transmissão de internet de banda larga a locais isolados, que hoje são dez ,para 40 em apenas quatro anos.
A empresa prevê que esse aumento da capacidade eleve o lucro bruto de exploração (Ebitda) dos 161 milhões de euros de 2012 para 280 milhões em 2022.
Fonte: EFE